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terça-feira, 20 de abril de 2010

Células-tronco reduzem dores e curam lesões de animais


Gatos, cachorros e até cavalos recebem esse tipo de tratamento, e os seus donos agradecem.

Se a rodovia foi interditada, o analista de sistemas Roberto Sampaio leva a Ariel para a consulta de helicóptero. Um amor de cinema. A gatinha sofre de insuficiência renal crônica e faz tratamento com células-tronco no interior de São Paulo. "São células-tronco de dente de leite de gatos, que perdem o dente, e a gente isola as células desses gatinhos", explica a veterinária Michele Barros.
As células-tronco são injetadas nos rins da gatinha com a ajuda do ultrassom. Como a doença é crônica, de tempos em tempos, Ariel precisa de nova aplicação. Mas com apenas quatro, já voltou a comer e parou de sofrer. "Eu sei que a gente não vai vencer a morte, mas, se der qualidade de vida, é importante. Eu quero que ela não sofra, principalmente", afirma Roberto.
Ainda dormindo, Ariel deixa a clínica e volta para casa em grande estilo.
A cadela Raica já melhorou tanto que já se engalfinhou com a turma da casa. Levou até pontos no olho. "Ela não comia, tinha que tomar remédio para comer, ela não comia de jeito nenhum, só dormia", lembra a engenheira mecânica Sandra Hayakawa.
A angústia do casal chegou ao auge com o diagnóstico: uma espécie de leucemia canina, doença fatal. "Ela estava condenada. Faz três anos que ela estaria condenada", diz Sandra.
Raica recebeu aplicações de células-tronco na veia e na medula. “A gente começou a reparar que ela começou a melhorar, quando ela começou a latir outra vez. Eu nem lembrava como era o latido dela”, conta a engenheira mecânica.
Em animais de estimação, as terapias com células-tronco podem significar mais tempo de convivência com os bichinhos. Em animais como o cavalo Shining, o tratamento pode fazer a diferença entre uma carreira de sucesso e a aposentadoria precoce.
Shining sofreu rompimento em dois tendões durante sua primeira competição de "laço ao bezerro".
Neto de um campeão americano, seria um senhor prejuízo aposentar as ferraduras tão novo. “Eu pensei que ia perder ele, que não ia mais ter jeito de recuperar, porque a gente já tem uma experiência de ver essas coisas”, conta o empresário Tiago Marconi.
Mas o veterinário tinha uma carta na manga: células-tronco foram retiradas da gordura do traseiro e aplicadas na pata. Em uma semana, Shining parou de mancar, em três meses voltou a treinar.
“Nos exames de ultrassonografia, nós vemos a regeneração, a recuperação e a formação de células tendíneas, fibras tendíneas, sem ponto de cicatrização. Esse é o milagre da célula-tronco: não deixar cicatriz na lesão. O que é fundamental para um atleta”, afirma o veterinário Luciano Mazzonetto.
E que ninguém duvide se um dia além de regenerar órgãos e tecidos, esses cientistas conseguirem fazer de uma pequena célula um animal inteiro - um clone perfeito desses bichos tão amados.
"Na ciência, você tem que sonhar para poder ter os seus objetivos no futuro. Acredito que é um sonho possível”, declara o biólogo Enrico Santos.

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